sexta-feira, 21 de março de 2014

Cartas do dia: Prigione - Falsità - Bambino


Costumo tirar três cartas pela manhã para saber qual será a energia dominante do meu dia. Quem lida com a cartomancia conhece bem a prática. As Sibillas são muito literais e cotidianas, e por isso podem ser surpreendentemente precisas. É um baralho muito prático, que monta verdadeiros cenários e nos lembra histórias em quadrinhos. O fato de ter tantas cartas (cinquenta e duas) não confunde, mas enriquece ainda mais a leitura, explora nuanças e humores da situação. 

Quem tira essas cartas diárias sabe como é apavorante tirar cartas pesadas logo pela manhã. Pensamos logo no pior e muitas vezes não temos ideia do desastre que irá se abater sobre nós. Por isso, não sinto que a tiragem seja a melhor para previsões: primeiro porque a previsão é sobre nós, e nossas emoções nem sempre nos permitem fazer uma análise acurada do que o futuro nos promete. Segundo porque são tantos elementos para um dia só que nossa cabeça fica confusa e é difícil saber exatamente a que a tiragem se refere. Muitas vezes, as cartas fazem menção de um episódio isolado ou de algo que acontece com alguém próximo. Não sei como é com cartomantes mais experientes... eu só entendo as cartas do dia no fim do dia ou mesmo nos dias seguintes.




A tiragem acima foi a sequência que me saiu no início da semana. A Prisão é um pouco sufocante e me deixou apreensiva em relação à possibilidade de uma armadilha plantada por uma pessoa falsa (logo falarei da carta Falsidade e a polêmica da sua associação ao gato). Mas o que aconteceu nem foi tão apavorante assim.

Explico. Trabalho num setor muito sobrecarregado de trabalho. Comigo trabalha um colega com quem divido as tarefas. Temos outra colega que chegou recentemente, mas que ajuda esporadicamente a "apagar os incêndios". É um trabalho que exige tempo para aprender, por isso ela não pode nos ajudar muito enquanto não entende todos os detalhes do funcionamento do setor. Porém, na próxima semana meu colega vai tirar férias longas. Conversei então com a terceira colega e lhe expliquei que tínhamos que dividir mais tarefas quando o primeiro colega saísse de férias, o que exigiria maior empenho nas tarefas mais difíceis. 

No dia seguinte (o dia das cartas acima), ela veio falar comigo logo cedo. Explicou que irá para o exterior no segundo semestre, a trabalho, e que precisava fazer alguns cursos oferecidos aqui antes disso. Os cursos ministrados aqui têm dois anos de validade e ela não precisaria refazê-los. Mas ela disse que quer "se atualizar" e que se inscreveria. O problema: os cursos correrão justamente no período em que estaremos sozinhas, o que a impossibilitaria de me ajudar com as tarefas. 

Agora vamos às cartas:

Prigione: situação sufocante. No meu caso, o excesso de trabalho e a possibilidade de fazê-lo sozinha, o que duplicaria a minha carga já pesada.

Falsità + Bambino: minha colega, para escapar dessa situação complicada, inventa um curso para fazer durante esse período. O curso serve apenas como pretexto (Falsidade) para justificar uma atitude totalmente imatura (fugir do trabalho).

Depois ela nos ofereceu uma bandeja de docinhos para que tudo terminasse bem!





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