quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cartomancia 2016: Vamos falar sobre prosperidade?

Os dias 11 e 12 de junho estão aí e ainda há chance de garantir sua vaga no Cartomancia! Em 2016 vamos falar sobre prosperidade, um assunto que tem rendido bastante nas consultas dos meus clientes. 

Vou contar um pouco sobre a Sibilla Italiana e explorar a maneira como esse baralho lida com questões de dinheiro, carreira, projetos e ascensão social. Vou explicar como esses assuntos eram abordados na época do surgimento do baralho e influenciaram as imagens. E como estamos no século XXI, darei pistas de como podemos atualizar nossa leitura. 

Além disso, o evento falará de Tarô e de Petit Lenormand/Baralho Cigano. Tem palestra para todos os gostos! E como se não bastasse, no domingo tem uma Master Class imperdível com Robert Place.

Nos vemos por lá!


Mais informações no site oficial do Cartomancia


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Tradicionais heresias

Muito se fala em cartomancia tradicional, em métodos tradicionais de leitura. A tradição traz a segurança de estar palmilhando o caminho certo, a corroboração de muitos que vieram antes de nós. Gosto muito da tradição. Mas gosto mais ainda do que funciona para mim.

Temos alguns livros sobre a Sibilla Italiana no mercado. Quase todos em italiano, um ou dois em inglês. Eles são um bom termômetro do que é tradicional e do que não é.

Na Europa, a leitura de cartas invertidas não é coisa nova. Vem pelo menos desde Etteilla, o famoso cartomante francês do século XVIII. A Sibilla Italiana, tradicionalmente, também se lê com cartas invertidas, o que nos dá um panorama de, teoricamente, 104 significados de cartas. A leitura das cartas invertidas certamente enriquece o jogo, mas não acho-a indispensável. Depende muito do olhar do cartomante. Explico-me mais adiante.

A Sibilla também é lida, tradicionalmente, em uma linha de cartas: os significados de cada carta se encaixam, se combinam e criam uma frase. Temos um sujeito, uma ação (verbo) e um objeto que sofre a ação. É tiro e queda: a previsão surge completa em uma sentença. 



"A Consulente (Amatrice) viaja para a praia (Speranza) e lá reencontra (Riunione) um amor (Amante) do passado (Denaro)."


Lida dessa maneira, nosso baralho faz previsões certeiras e claras. Responde questões simples, diretas. É um delicioso fofoqueiro. Perfeito para a cartomancia rápida, a cartomancia dos ansiosos... bem, para 80% dos clientes que nos chegam que, no fundo, precisam resolver um problema pontual ou saber se o ex vai voltar.

***

Mas, confesso, gosto de uma heresia. Comecei sozinha na Sibilla Italiana, queimando os neurônios para descobrir como ela funcionava, testando aqui e ali e compartilhando o que dava certo pra mim neste blog. Algumas informações encontradas em livros e cursos me ajudaram, outras me confundiram. Acostumei-me a olhar para as imagens e, consequentemente, me incomoda MUITO ver uma carta invertida diante de mim. Preciso dos cenários em seus lugares, dos personagens conversando entre si. A combinação de significados de acordo com as posições das cartas não funciona pra mim. Por conta dessa maneira, digamos, mais pictórica e menos gramatical de ler, prefiro ficar com as cartas "de cabeça para cima". 

Meu pobre cérebro também não consegue lidar bem com a linha de cartas que forma uma frase. Até mesmo a minha escrita é fluida, troca as posições das palavras, escorrega aqui e ali. Talvez seja a minha formação... aprendi a desenhar antes de treinar a escrita. Talvez seja isso. Portanto, entendo-me com o uso de métodos comuns ao Tarô para ler a Sibilla Italiana: a Cruz Celta, a Mandala Astrológica, o Péladan, a Cruz e a Espada (que eu criei e explico aqui) etc. Assim, em sua casa, entendo se a carta é positiva ou negativa, se fala de uma ação ou de uma sensação e como se relaciona com as outras cartas.

Um dos autores de livros sobre Sibilla Italiana tem uma visão parecida com a minha: Mirko Negri. Por isso esse livro tornou-se o meu favorito, embora não seja o maior, o mais completo ou o mais vendido deles.



No entanto, esse é o meu jeito de ler, aquele que funciona para mim. Sugiro sempre a experimentação. Cada pessoa tem uma maneira de aprender, de ler o mundo e de entender as cartas. Há terceiras e quartas vias, eu bem que desconfio. E você, como lê a Sibilla Italiana?

sexta-feira, 25 de março de 2016

Resenha - Sibila da Antevisão, por Ricardo Pereira

Há algum tempo falei sobre o surgimento gradual de uma Sibila Brasileira. Nós somos especialistas em criar escolas, em adaptar significados de oráculos. E ultimamente temos nos mostrado excelentes também na criação de oráculos, como a recente Sibila da Antevisão.




Quem conhece o trabalho do Ricardo Pereira sabe que ele sabe muito bem o que fala. Que é um grande pesquisador do Tarô e compartilha generosamente seu conhecimento em seu blog Substractum Tarot. Tudo o que faz é bem acabado, amarrado e interessante. E não podia ser diferente com o seu oráculo, que vem acompanhado de um livro preciosíssimo.




A Sibila da Antevisão é um baralho de 52 lâminas. Suas cartas são inspiradas no Tarô, na Sibila Italiana, no Lenormand... e outras são totalmente novas. O que me chamou a atenção nesse baralho é a linguagem bem brasileira, o uso de figuras que são imediatamente assimiláveis por nós, como Régua e Balança, o Rapaz Vaidoso, a Mulher Solteira, Cabeça de Serpente, Carteira cheia... As cartas são feitas com material de qualidade, duradouro e tem acabamento fosco. Além disso, predomina um laranja eletrizante, que eu, particularmente, amo!

Minhas cartas favoritas


O livro não é só um acompanhamento, não! Pequeno, mas denso e bem trabalhado, traz o significado das cartas, dicas e uma série de tiragens diferentes que podem ser testadas também com outros baralhos, como o Tarô.



E funciona? Tenho testado nas últimas semanas. Comecei com as cartas do dia e avancei para tiragens que eu costumo usar com outros oráculos. Sim, funciona! O Ricardo já tem vários estudos de casos no blog dele (onde você também pode comprar o livro e o baralho) e criou um grupo no Facebook bem animado, onde outros oraculistas têm testado a Sibila da Antevisão e trocado figurinhas. Portanto, oportunidades para aprender não faltam!

Testando o método de 9 cartas

Nossos cartomantes têm criado baralhos maravilhosos e amplamente testados, amados e divulgados mundo afora, como os baralhos de D. Maria Mulambo e D. Maria Padilha, ambos com 36 cartas. Além de valorizar o trabalho dos brasileiros, confio plenamente na nossa vocação criativa e oracular. A Sibila da Antevisão é nosso primeiro baralho de 52 cartas e promete conquistar cada vez mais corações!

quinta-feira, 10 de março de 2016

...

A Sibila Italiana foi uma deliciosa surpresa: filha do século XIX, trouxe consigo uma humanidade pouco presente nos oráculos que eu conhecia até então. Surgiu e ganhou espaço numa sociedade marcada e ferida pelo turbilhão das Revoluções Industriais, balançada por ideias que mexiam com os estômagos por meio de Nietzsche, Freud e outros, cujas ilusões iluministas e racionais começavam a cair por terra depois de Napoleão, em meio a ondas revolucionárias e antes da Primeira Grande Guerra.


Em vez de emblemas, cenários. Em vez de deuses, criaturas. Encontramos nela não as ideias, mas a vida acontecendo. Como os arcanos menores do tarô, que manifestam no mundo as forças maiores do que nós. Nem por isso a Sibila limita-se às questões cotidianas. Como no cinema e na literatura, um diálogo ou uma cena corriqueira podem esconder grandes verdades, podem sublimar relações profundas, medos ancestrais, anseios inconfessáveis. É preciso entender o ser humano para ir além das aparências na Sibila Italiana, além da previsão rasa. Encontrei nela meu desafio. Um desafio delicioso.


terça-feira, 8 de março de 2016

Cartomancia 2016


Cartomancia é um evento que reúne grandes nomes da cartomancia brasileira e estrangeira para falar de um tema sob a perspectiva dessa arte oracular. Em 2015, falou-se de Amor, assunto mais procurado pelos nossos consulentes. Se você perdeu as palestras - feitas por gente de peso como Nei Naiff, Giancarlo Schmid, Emanuel Santos, Leonardo Chioda e muito mais - pode conferir a programação, entrevistas e até comprar o acesso às palestras passadas no site do evento.

Em junho de 2016, nos reuniremos mais uma vez em São Paulo para falar de um tema que está bombando em tempos de crise mundial e que nos afeta diretamente: vida material! Você, cartomante, está recebendo cada vez mais clientes preocupados com o andamento da empresa, com medo de perder o emprego ou em busca de um, procurando alternativas em novos negócios ou num concurso público? Ou até mesmo recebendo menos clientes justamente por conta da crise que obriga os consulentes a priorizar outras coisas, como as compras de supermercado? Você não pode perder o Cartomancia 2016! 

Pra começar, teremos um super convidado especial: Robert Place, conhecido pelo The Alchemical Tarot e pelo livro The Tarot: History, Symbolism, and Divination ("O Tarô: História, Simbolismo e Divinação"). Não teremos apenas uma palestra com ele, mas uma Master Class de pelo menos 4 horas sobre Tarô e Alquimia! Dá pra ficar de fora?

Além disso, a Sibila Italiana estará dando as caras pela primeira vez. Euzinha, Jamile Pinheiro, vou falar sobre a abordagem que esse querido - e dramático - baralho tem dos assuntos materiais, da prosperidade. 


Garanta sua participação! Os valores estão no site e você pode participar apenas no sábado (palestras) ou no sábado e no domingo (palestras + Master Class).


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A Inveja, a Sibilla e o Impulso de Destruição

Devo confessar que tenho especial predileção pelas cartas sombrias dos baralhos divinatórios.Não é diferente com o par de Inimigos da Sibilla Italiana. E o conjunto de sentimentos pérfidos que os acompanha: a agressividade, o ódio, a frieza, a falsidade... e especialmente a inveja.

Nos dicionários a inveja geralmente se liga a duas interpretações: o desgosto pela felicidade alheia e o desejo de ter o que o outro possui. Essas duas vertentes trazem algo em comum: a ânsia pela destruição do invejado. Apenas desejar o que o outro tem é cobiçá-lo, e não invejá-lo. Para a cobiça temos o Ladrão, por exemplo, que rouba o que precisa e deixa o proprietário em paz, se não surgir em seu caminho.

E eu só satisfaço minha inveja quando a felicidade da pessoa que eu invejo se acaba. Ganho alguma coisa com isso? Não. Por isso não é um sentimento muito fácil de se assumir. É vergonhoso. Nos faz admitir a nossa falta, as nossas fraquezas. Porque se eu tenho tudo o que considero bom, não preciso ter inveja. O invejoso, portanto, é um fraco. O invejoso é sempre o outro, nunca a gente.

Assim chegamos ao Valete e a Rainha de Espadas da Sibilla Italiana – o Inimigo e a Inimiga – que são os únicos personagens que trazem em suas mãos armas fatais: uma serpente (venenosa, supomos) e um punhal. Seu objetivo é certo: destruir.


E destruir não é um ato dos desastrados e dos cruéis. Nosso impulso pela destruição aparece, por exemplo, lá na infância... quando mordemos nossos brinquedos e os atiramos longe. Depois de crescidinhos aprendemos a disfarçar esse impulso destrutivo. Mas ele está lá. Faz parte de nós.

Qualquer uma das duas cartas apresenta um perigo. A natureza do perigo é que varia de uma carta para a outra. Mas a inveja eu vejo especialmente na Inimiga. Por quê?

O Inimigo, além de ser um Valete (o que faz dele uma “criança” perto da destreza da Rainha, a Inimiga), traz uma serpente. Seu rosto é quase neutro. Não sabemos nem se ele está ali por ter motivos pessoais ou se é apenas um assassino de aluguel que não diferencia suas vítimas. Ele sequer olhará para a sua presa para matá-la... simplesmente deixará a serpente num lugar estratégico e ela fará o seu trabalho. Sua capa é azul, o que nos sugere uma certa racionalidade. Além disso, seu culote é vermelho e azul... paixão e razão se misturam delicadamente. Seu plano, portanto, é meticuloso, bem pensado. Se perceber que não é sua chance de agir, não pensará duas vezes antes de abortar a estratégia e esperar por uma oportunidade melhor.

A Inimiga tem um vestido e uma máscara vermelhos. Até sua máscara é passional. Sua arma, o punhal, exige a proximidade de sua vítima. Fingirá ser uma amiga, uma amante, o que for necessário. Seu rosto é pérfido. Ela se satisfaz ao pensar em seu plano, ao visualizar a destruição de seu rival. Porque o outro não é só uma vítima...  é alguém que a ameaça de maneira profunda, que ameaça sua própria existência. Uma das palavras que define a Inimiga, na legenda, é pettegolezzi. Traduzindo... fofocas. A fofoca também é uma arma de destruição que pode provar-se bombástica.

Um famoso exemplo de invejoso no cinema é Salieri (Amadeus, 1984). Salieri, incapaz de ser genial como Mozart e – ao mesmo tempo – não podendo conviver com tal brilho alheio, dedica sua vida à destruição do compositor. E o faz com tal maestria que Mozart sucumbe sem perceber de onde vem o golpe fatal.

Quando a Inimiga aparece no jogo, damos um pulo na cadeira. A leitura de cartas pode mostrar um futuro brilhante... e mostrar a Mascarada ali no meio. Pois é no momento de sucesso que atraímos a inveja alheia. É nessa hora que provamos a amizade de velhos camaradas. Ser amigo nos momentos de dificuldade é fácil... ajudar o próximo necessitado nos traz uma certa superioridade moral reconfortante. Mas o sucesso alheia nos lembra do nosso próprio fracasso. Ter amigos de sucesso e estar feliz por eles... eis aqui uma rara virtude.

E por isso a Inimiga pode estar representando também o próprio consulente na leitura. Sim, todos nós temos um pouco dela! Sabe aquela vontade de esmagar o outro? “Quem ele pensa que é? Não se enxerga?” Nossa curiosidade mórbida pelos tablóides... a atriz bonita que envelheceu, a rainha da bateria que se estatelou no chão durante o desfile da escola de samba, o empresário de sucesso que perdeu tudo, o político de carreira meteórica que foi preso por corrupção.


Antes de apontar para azinimiga do consulente, tente entender a situação como um todo. Veja se há motivos para despertar inveja ao redor ou se há motivos para que ele sinta inveja. Porque é muito fácil e confortável dizer para ele que “tem muita inveja na sua vida, meu filho”. Sim, todos temos inveja na nossa vida e às vezes as cartas estão alertando mesmo para uma pessoa perigosa – e próxima – que quer destruí-lo. Mas essa afirmação automática, que tira a responsabilidade dele e ao mesmo tempo o lisonjeia, pode ser um desserviço. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Sibillinas comemora 2 anos! Com sorteio!

Em janeiro de 2014 postei o primeiro artigo no Sibillinas. Entre alegrias e tropeços, o blog completa 2 anos. E não poderíamos deixar a data passar em branco sem um sorteio, não?

Pois bem... em 6 de fevereiro estaremos sorteando um deck La Magica Sibilla, da italiana Dal Negro.

Um pouco dessa belezinha aqui:



Para participar, curta nossa página no Facebook ou clique diretamente no link do sorteio. E boa sorte!