quinta-feira, 10 de março de 2016

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A Sibila Italiana foi uma deliciosa surpresa: filha do século XIX, trouxe consigo uma humanidade pouco presente nos oráculos que eu conhecia até então. Surgiu e ganhou espaço numa sociedade marcada e ferida pelo turbilhão das Revoluções Industriais, balançada por ideias que mexiam com os estômagos por meio de Nietzsche, Freud e outros, cujas ilusões iluministas e racionais começavam a cair por terra depois de Napoleão, em meio a ondas revolucionárias e antes da Primeira Grande Guerra.


Em vez de emblemas, cenários. Em vez de deuses, criaturas. Encontramos nela não as ideias, mas a vida acontecendo. Como os arcanos menores do tarô, que manifestam no mundo as forças maiores do que nós. Nem por isso a Sibila limita-se às questões cotidianas. Como no cinema e na literatura, um diálogo ou uma cena corriqueira podem esconder grandes verdades, podem sublimar relações profundas, medos ancestrais, anseios inconfessáveis. É preciso entender o ser humano para ir além das aparências na Sibila Italiana, além da previsão rasa. Encontrei nela meu desafio. Um desafio delicioso.


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