Por que uma mulher, o suposto sexo frágil, representa aquilo que tem forca suficiente para atravessar séculos? Vou divagar um pouco: é a mulher que transmite o legado genético e cultural aos seus filhos, é ela que tem o impulso de preservar, segurar, manter. No Ocidente, tendemos a glorificar o arrojo, o olhar para o futuro, o novo. Consevadorismo é uma palavra que assusta, mas se não houver conservação ao lado da renovação, não há referencias, raízes. A renovação absoluta é também a destruição.
Quando essa carta aparece no jogo, atentamo-nos para aquilo que permanece, que recusa-se a mudar. Positivamente, é a resistência, a resiliência. Negativamente, a teimosia.
"Mas as colunas são apenas ruínas", alguém poderá dizer. "Não sustentam mais uma construção. São apenas resquícios de outra era, restos de outra civilização."
Discordo. No ultimo sábado, visitei a cidade de Biblos (Jbeil, em árabe), alguns quilômetros ao norte de Beirute, Líbano. É a cidade continuamente habitada mais antiga do mundo. Ali, encontramos registros arqueológicos de varias civilizações que passaram desde a pré-história: fenícios, gregos, romanos, cruzados europeus, otomanos etc. Uma civilização construiu, literalmente, sobre as outras, uma usou os resquícios da outra para firmar-se. Na foto abaixo, colunas romanas foram usadas para fortificar os muros de um castelo cruzado:
Da mesma forma, nossa cultura, nossos hábitos e opiniões são um mosaico de peças que herdamos de nossos pais e sociedade, religião, influencias em geral. Todos temos crenças, que são arraigadas a ponto de nem sabermos de onde surgiram. Crenças que, muitas vezes, são inconscientes e que determinam nossas reações de um jeito que nem imaginamos.
A carta alerta para hábitos arraigados, insistências que atrasam a vida, coisas que devem acabar se não quiser que virem ruínas de um tempo dourado. Fósseis mentais que povoam nosso inconsciente e vêm à tona de tempos em tempos.
Como conselho, no entanto, pede para que o Consulente não desista, bata o pé e tenha paciência.
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