Tirar Prigione como carta do dia não é uma experiência nada agradável. Mas esse desagrado traz também uma porção de questionamentos. Como, exatamente, ela pode se expressar? Você pode ficar preso numa reunião, no trânsito, preso do lado de fora de casa porque sua chave não funciona.
Mas também criamos pequenas prisões ao longo do dia às quais estamos tão acostumados que nem nos parecem correntes. Em tempos de tensões políticas em nosso país, frequentemente ficamos presos a convicções, a crenças em soluções prontas (desde que sejam nossas). Também nos enredamos em discussões, ao vivo ou online. A postagem ou resposta malcriada do nosso amigo exige uma resposta? Então ficamos matutando a resposta, o rebate perfeito, a força que colocaremos no punho para que não haja sequer tréplica. As pessoas estão enlouquecendo, "pensando errado"? Passamos o dia nos dizendo "como isso é possível?" repetidamente, revoltados com tamanha falta de visão. Ligamos a TV e nos irritamos ainda mais com a parcialidade das notícias, com o sorrisinho e a indireta debochada do jornalista, com a seleção de notícias que não condiz com a nossa seleção pessoal de acontecimentos importantes no mundo.
Assim, ficamos tão presos à agitação mental que permeia nosso país que nos afundamos lentamente no ódio, no rancor, no inconformismo sem saída. Contribuímos, assim, com a densidade sufocante dos ares. Não achamos mais nosso amor, perdido em meio a tanta lama. Não encontramos o discernimento, o meio termo, tão preocupados estamos com nossos "oponentes" que há pouco tempo eram nossos amigos, nossa família.
Essa foi a minha carta do dia. E esse post é pra mim. Mas pode ser pra você também.
Amor!
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